O município do Rio Grande está em 25º lugar no ranking nacional entre os 100 municípios com mais de 100 mil habitantes com maiores índices de HIV, conforme dados oficiais da coordenação do Programa Municipal de IST/HIV/HV. Característica histórica da cidade, atualmente, cerca de 2.600 pessoas vivem com HIV no Município. Os índices da doença são três vezes superiores à média nacional e duas vezes maiores que a média estadual. Além disso, Rio Grande apresenta um dos mais altos índices de mortalidade por HIV/aids no Rio Grande do Sul.
Diante desse cenário histórico, a Secretaria de Município da Saúde (SMS) tem intensificado as ações de prevenção e cuidado. Nesta semana, visitas técnicas às UPAs Junção e Cassino, além da UBSF Parque Marinha tiveram o objetivo de reforçar junto às equipes médicas e de enfermagem a importância da oferta de testagem rápida e da profilaxia pós-exposição (PEP), tratamento que deve ser iniciado no mínimo duas e no máximo até 72 horas após a exposição ao vírus do HIV.
Durante as visitas, a secretária municipal da Saúde, Juliana Acosta, e a coordenadora do Programa IST/HIV/HV, Maria da Penha Silveira entregaram ordens de serviço às responsáveis técnicas, orientaram profissionais nas unidades e afixaram banners informativos sobre os direitos da população em relação à prevenção e ao acesso aos serviços. “O ideal é que a medicação da PEP seja oferecida no primeiro contato da pessoa com a unidade de saúde após a exposição. Isso assegura maior eficácia na interrupção da transmissão do vírus”, explicou Juliana.
Por sua vez, Maria da Penha acentuou que, “quando se fala em PEP - Profilaxia Pós-Exposição e PrEP – Profilaxia Pré-exposição, se fala especificamente do HIV. Essas duas estratégias fazem parte da prevenção combinada, além do uso de preservativos e testagem rápida”.
Demanda crescente
A relevância do tema é confirmada pelo dia a dia das unidades de saúde. Na UBSF Parque Marinha, por exemplo, uma das portas de entrada da população mais movimentadas no Município, a busca pela PEP é intensa. De acordo com a responsável técnica da unidade, enfermeira Amanda Albernaz, são realizados dezenas de atendimentos por mês, sendo que grande parte são relacionados à profilaxia pós-exposição (PEP).
“Nossa demanda é muito alta e o atendimento é imediato. O paciente chega, é acolhido pela equipe, realiza os testes rápidos e já é encaminhado para a coleta de exames e orientações. Recebemos pessoas de todos os bairros da cidade, o que demonstra o quanto a população tem buscado esse tipo de cuidado”, destacou Amanda.
Descentralização da PrEP para toda a rede básica
Esta semana, a Secretaria da Saúde concluiu as capacitações dos profissionais de todas as unidades básicas, alcançando 100% da PrEP descentralizada. A medida torna Rio Grande o primeiro município da Região Sul a oferecer o tratamento em toda a rede básica, ampliando o acesso da população a essa estratégia de prevenção contínua.
Conforme Maria da Penha, grande parte dos profissionais de Saúde receberam capacitação desde abril deste ano, com exceção da equipe da UBSF Hidráulica, que será treinada in loco. Essa experiência com a PrEP já está sendo referência nacional e estadual, sendo reconhecida como uma ação inovadora no enfrentamento ao HIV/aids. “Já recebemos contato de Palmas (TO), que busca implantar a descentralização a partir do nosso modelo”, destacou a coordenadora.
ASSESSORIA -- PMRG